
Sem dúvida que os mass media sempre foram utilizados para puxar a opinião pública neste ou naquele sentido, respeitando sempre,como é obvio, a voz do dono – mas, nos últimos tempos, com a “crise” que nos caiu em cima, os media nacionais passaram a um estado de delirio com a situação…
Todos os dias somos bombardeados com reportagens sobre a crise, é-nos mostrado como “nunca se viu nada assim”, como o comércio nunca vendeu tão pouco, como nunca houve tanta gente a dever tanto à banca…? Mentiras? Claro que não! Mas todos os dias, em todos os canais, múltiplas reportagens que nos tentam mostrar como nós (o público em geral) tem de ter cuidadinho, ficar feliz por ter (quem tem) um emprego, estar caladinho, porque, no fundo a culpa de tudo isto até é nossa, porque vivemos “acima das nossas possibilidades” (cof).
Ontem o meu vomitómetro chegou a um máximo, quando, numa reportagem sobre a proposta do Governo de aumentar o prazo máximo para contratos a prazo, a reporter da RTP1 nos explicou que esta proposta faria com que, as empresas não fossem obrigadas a despedir quem terminava o prazo máximo de contratos a prazo… ora… legalmente o que se passa é precisamente o contrário : quando ultrapassado esse prazo, o contrato passa a termo incerto, ou seja definitivo.
Quando é que os media vão deixar de utilizar Novilíngua e deixar de chamar aos direitos, privilégios? Aos trabalhadores, colaboradores?